MADRAGOA
Instructions for life among invisible barriers
Augusto Alves da Silva, Sara Chang Yan, Enzo Cucchi, Rodrigo Hernández, Luís Lázaro Matos, Renato Leotta, Kate Newby, Joanna Piotrowska, Buhlebezwe Siwani, Belén Uriel, Yuli Yamagata.
Installation view
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Yuli Yamagata, "Cabeça Confusa (confused head)", 2019
Luís Lázaro Matos, "The Fictional Passengers #10", 2019
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Belén Uriel, "Mobiliário Urbano", 2019
Installation view
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Augusto Alves da Silva, "Untitled", 2016
Joanna Piotrowska, "Enclosure IV", 2018
Installation view
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Renato Leotta, "Lucciole (#2)", 2019
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Enzo Cucchi, "Untitled", 2013
Kate Newby, "Goosebumps", 2019
Kate Newby, "Goosebumps" (Detail), 2019
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Rodrigo Hernández, "Black skies sown with colorful dots", 2018
Kate Newby, "6 people drink pepsi", 2016
Kate Newb,. "6 people drink pepsi" (Detail), 2016
Kate Newby, "This one hit hard", 2016
Kate Newby, "This one hit hard (Detail)", 2016
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Sara Chang Yan, "Num Plano Qualitativo #10 (Recto)", 2019
20 March – 2 May 2020
Press release

EN

 

Madragoa presents Instructions for life among invisible barriers, a group show with works by Augusto Alves da Silva, Sara Chang Yan, Enzo Cucchi, Rodrigo Hernández, Luís Lázaro Matos, Renato Leotta, Kate Newby, Joanna Piotrowska, Buhlebezwe Siwani, Belén Uriel and Yuli Yamagata, exploring the notion of limit — physical, psychological and geographic.

Fear of contamination through geographical invasion is ironically and elegantly portrayed in The Fictional Passengers #10 by Luís Lázaro Matos (Évora, Portugal, 1987), which originates from a recent media scandal around the comments of a Polish politician who declared that immigrants would bring insects into the country if they crossed the border. In the canvas, a traveller walks through a street carrying an insect, that becomes oversized, and morphs into a backpack.

Cabeça Confusa (confused head) by Yuli Yamagata (São Paulo, Brazil, 1989) is a large lycra patchwork stretched on canvas, portraying the feeling of confusion, where a head, made with hot pink lycra and set on a brick-print background, has volumetric inserts that intensify the emotional depiction of the character, such as the veins and tears that seem to pop from the face, as the fabrics are filled with silicon fiber.

Belén Uriel’s (Madrid, Spain,1974) Mobiliário Urbano is composed of a zigzagging structure of chromed iron, inspired by the forms of anti-occupation systems that are often placed in public spaces to prevent people from sitting, on which rests a reproduction of a fragment of an esplanade chair made of coloured glass, whose shape, in opposition, invites the body to take a sit.

A casual outdoor encounter of soccer fans and neighbours attending a secondary league match is captured in Untitled by Augusto Alves da Silva (Lisbon, Portugal, 1963) where a small crowd, seen from the back, follows the movement of a ball seized hovering above their heads.

In the photograph Enclosure IV, Joanna Piotrowska (Warsaw, Poland, 1985) documents an empty zoo cage, a structure that is simultaneously a protected habitat for animals and a space of imprisonment, modelled by our own domestic architectures, revealing the human privilege, control, desire and fear enforced in animal captivity. The metallic grid of the cage’s limit juxtaposes the natural vegetation inside, almost imperceptibly framing the spectators view.

The work Black skies sown with colorful dots by Rodrigo Hernández (Mexico City, Mexico, 1983) is inspired by a sketch of Russian and Soviet rocket scientist and pioneer of the astronautic theory Konstantin Tsiolkovsky. The simplified drawing represents three human figures that appear to be floating in space, gazing through a glass window into the cosmos, at stars, planets and satellites.

In Lucciole (#2) by Renato Leotta (Turin, Italy, 1982) the intermittent light of the fireflies is recorded on a photosensitive paper sheet left on display during a new moon night. The paper captures the insect movements, transforming their choreography of light into the traces of the universal coded language of nature.

Untitled by Enzo Cucchi (Moro d’Alba, Italy, 1949) represents a rocky landscape seen from an unusual point of view, illuminated by an orange light. A male archetypal figure - between that of a statue and a man, a recurring theme of the artist's visual vocabulary - in strong green tones emerges from the landscape and with it a mysterious yellow prismatic shape.

The ceramic pieces of Kate Newby (Auckland, New Zealand, 1979) compose a sculptural travelogue made in clay from different locations, collected by the artist in her travels and hand modelled by her fingers into concave, shell-like shapes holding within small melted glass fragments from the diverse environments she moved through. 6 people drink pepsi, goosebumps and this one hit hard. are records of Newby’s sampling of geographies through intimate gestures.

Ilanga Litshonile by Buhlebezwe Siwani (Johannesburg, South Africa, 1987) is based on a performative act commemorative of the SS Mendi shipwreck, where the artist, dressed in various regalia that is of significance in the spiritual and cultural realm she embodies as a spiritual healer —Sangoma — bathes in the waters of the Eastern Cape facing the camera, her body clashing against the waves. The stick, traditionally held by men, is handled in homage as a symbol of loss and heritage.

In Num Plano Qualitativo #10, Sara Chang Yan (Lisbon, Portugal, 1982), through a myriad of gestures on the paper’s surface explores the invisible and intangible forces that come to evidence in drawing, exposing the material qualities of the support with each pencil trace, cut and fold of the suspended page.

 

 

PT

 

 

A Galeria Madragoa apresenta Instructions for life among invisible barriers, uma exposição coletiva com trabalhos de Augusto Alves da Silva, Sara Chang Yan, Enzo Cucchi, Rodrigo Hernández, Luís Lázaro Matos, Renato Leotta, Kate Newby, Joanna Piotrowska, Buhlebezwe Siwani, Belén Uriel e Yuli Yamagata que explora a noção de limite — físico, psicológico e geográfico.

 

O medo de contaminação através da invasão geográfica é elegante e ironicamente retratado em The Fictional Passengers #10 de Luís Lázaro Matos (Évora, Portugal, 1987), que tem origem num recente escândalo mediático em torno de comentários de um político Polaco que declarou que os imigrantes trariam insetos para o país se atravessassem a fronteira. Na tela, um viajante caminha pela rua carregando um inseto, que aumenta de tamanho e se transforma numa mochila.

 

Cabeça Confusa (confused head) de Yuli Yamagata (São Paulo, Brasil, 1989) é um grande patchwork em lycra esticado sobre tela, retratando o sentimento de confusão, onde uma cabeça feita em lycra cor de rosa choque e cosida sobre um tecido com estampado de tijolos, tem inserções volumétricas que intensificam a caracterização emocional da figura, como as veias e lágrimas que parecem sair do rosto, através do enchimento dos tecidos com fibra de silicone.

 

Mobiliário Urbano de Belén Uriel (Madrid, Espanha, 1974) é composto por uma estrutura ziguezagueante em ferro cromado, inspirada na forma dos sistemas anti-ocupação que frequentemente são instalados em espaços públicos para evitar que as pessoas se sentem, sobre o qual repousa a reprodução de um fragmento de cadeira de esplanada feito em vidro colorido, cuja forma num sentido contrário convida o corpo a sentar. 

 

Um casual encontro ao ar livre entre fãs de futebol e vizinhos assistindo ao jogo de uma liga secundária, é captado em Untitled de Augusto Alves da Silva (Lisboa, Portugal, 1963) onde uma pequena multidão, vista de trás, segue o movimento de uma bola fixada a pairar sobre as suas cabeças.

 

Na fotografia Enclosure IV, Joanna Piotrowska (Varsóvia, Polónia, 1985) documenta a jaula vazia de um jardim zoológico, uma estrutura que simultaneamente é um habitat protegido para animais e um espaço de aprisionamento, modelado a partir das nossas próprias arquiteturas domésticas, revelando o privilégio humano, controlo, desejo e medo impostos no cativeiro de animais. A grade metálica do limite da jaula é justaposta à vegetação natural no seu interior, enquadrando quase impercetivelmente o olhar do espetador.

 

O trabalho Black skies sown with colorful dots de Rodrigo Hernández (Cidade do México, México, 1983) é inspirado pelo esboço do cientista e pioneiro da teoria astronáutica Konstantin Tsiolkovsky. O desenho simplificado representa três figuras humanas que parecem flutuar no espaço, olhando para o cosmos através de uma janela de vidro, para as estrelas, planetas e satélites.

 

Em Lucciole #2 de Renato Leotta (Turim, Itália, 1982) a luz intermitente dos pirilampos é registada no papel foto sensível deixado à vista numa noite de lua nova. O papel capta o movimento dos insetos, transformando a sua coreografia de luz no rastro do código de linguagem universal da natureza.

 

Untitled de Enzo Cucchi (Moro d’Alba, Itália, 1949) representa uma paisagem rochosa observada de um ponto de vista invulgar, iluminada por uma luz laranja. Uma figura arquetípica masculina — entre a figura de uma estátua e a de um homem, um tema recorrente no vocabulário visual do artista — em tons de verde forte, emerge da paisagem e consigo uma misteriosa forma prismática amarela.

 

As peças cerâmicas de Kate Newby (Auckland, Nova Zelândia, 1979) compõem um diário de viagem escultural feito em barro de diferentes lugares, recolhido pela artista durante as suas viagens e modelado pelos seus dedos em formas concavas, semelhantes a conchas, que no seu interior acolhem pequenos fragmentos de vidro derretidos provenientes dos diversos ambientes que por onde se moveu. 6 peopel drink pepsi, goosebumps e this one hit hard. são registos da amostragem de geografias feita por Newby por meio de gestos íntimos.

 

Ilanga Litshonile de Buhlebezwe Siwani (Joanesburgo, África do Sul, 1987) é baseada num ato performativo comemorativo do naufrágio do SS Mendi, onde a artista, vestida em vários trajes significantes da esfera espiritual e cultural que incorpora enquanto curadora espiritual — Sangoma — se banha nas águas de Eastern Cape encarando a câmara, o seu corpo em colisão com as ondas. A vara, tradicionalmente utilizada pelos homens, é manuseada em homenagem, como símbolo de perda e herança.

 

Em Num Plano Qualitativo #10, Sara Chang Yan (Lisboa, Portugal, 1982), através de uma multiplicidade de gestos sobre a superfície do papel, explora as forças invisíveis e intangíveis que se evidenciam no desenho, expondo as qualidades materiais do suporte a cada risco do lápis, corte e dobra aplicados na página suspensa.

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