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Madragoa is delighted to present The Skin of Labour, the first solo exhibition by Adrián Balseca at the gallery.
In The Skin of Labour, the artist composes an uncertain landscape depicting a rubber plantation in the Ecuadorian Amazon. The latex collecting vessels have taken the shape of a hand, resembling a glove, a phantasmagorical presence that embodies the historical labour relations in the region. The project, consisting of a 16mm film accompanied by photographs and an object, inquires about the core values that underlie human exploitation of nature, and reflects upon the impact of the technification of labour. The artist reads into the present legacy of a prolonged extractivism in the vital territory of the Amazon, evoking the skin as a protection mechanism, as much as a paradigm of fragility in a living system.
Geographer and mathematician Charles Marie de La Condamine, who was part of the French Geodesic Mission that measured the length of a degree of latitude at the Equator, presented the first scientific paper on rubber in 1751. He was the first Westerner to witness the Indigenous population’s various uses of latex in present-day Ecuador, and to send the first rubber samples to Europe. The same territory where La Condamine did his findings would later endure a history of ruthless and violent extraction, particularly during the rubber boom between 1879 and 1912. This period coincides with and is directly related to the Second Industrial Revolution, which demanded vast amounts of different prime materials. Although happening at the same time, the rubber boom and the technological revolution pertained to two different spatialities. Precarious slavery relations were the norm at extraction sites, while the production of goods witnessed a fast technification of manual labour.
The extractivism agenda in the Amazon today has moved on from tapping Hevea Brasiliensis trees to drilling for oil, shifting from vegetal extraction by hand to fossil extraction by machines. This change is integrated in the project by the use of butyl rubber for the “gloves,” a synthetic latex made from petroleum by-products, raising questions about the possible uses of the territory, the transformations in the landscape, and the uncertain future of local uncontacted communities. The work underlines the abysmal gap between our collective imaginary, which relates the Amazon to the idea of ultimate idyllic nature, and our systematic drive to conquer and exploit this territory, in a world with reconfigured production forces and labour relations and on the verge of planetary urbanization.
Ana Sophie Salazar
PT
A Galeria Madragoa tem o prazer de apresentar The Skin of Labour, a primeira exposição individual de Adrián Balseca na galeria.
Em The Skin of Labour, o artista compõe uma paisagem de uma plantação de borracha na Amazônia equatoriana. Os vasos coletores de látex tomam a forma de uma mão, semelhante a uma luva, uma presença fantasmagórica que incorpora as históricas relações de trabalho na região. O projecto, constituído por um filme de 16mm, acompanhado de fotogra as e um objeto, indaga sobre os valores fundamentais que sustentam a exploração humana da natureza, e reflete sobre o impacto da tecnificação do trabalho. O artista olha para o evidente le- gado de uma acção prolongada de extrativismo em território vital da Amazónia, evocando a pele como um mecanismo de proteção, tanto quanto um paradigma de fragilidade em um sistema vivo.
O Geógrafo e matemático Charles Marie de La Condamine, que fez parte da Missão Geodésica Francesa que mediram o comprimento de um grau de latitude no equador, apresentou o primeiro trabalho científico sobre a borracha em 1751. Ele foi o primeiro ocidental a testemunhar os vários usos que a população indígena tinha para o látex, no Equador, e a enviar as primeiras amostras de borracha para a Europa. O mesmo território onde La Condamine fez suas descobertas veio mais tarde a ser o palco de uma história de extração violenta e cruel, particularmente durante o boom da borracha entre 1879 e 1912. Este período coincide com e está directamente relacionado com a Segunda Revolução Industrial, que exigiu grandes quantidades de diferentes matérias-primas. Embora acontecendo ao mesmo tempo, o boom da borracha e a revolução tecnológica pertencem a duas conjunções diferentes. As relações de escravidão precárias eram a norma em locais de extracção, enquanto a produção de bens testemunhou uma tecnificação rápida do trabalho manual.
O plano de extrativismo na Amazónia de hoje passou de fazer incisões em árvores Hevea brasiliensis para a perfuração de petróleo, passando de extração manual de um produto vegetal para uma extração de combustíveis fóssil por máquinas. Esta mudança está integrada no projecto através da utilização de borracha butílica para as “luvas”, um látex sintético feito a partir de derivados de petróleo, levantando questões sobre os possíveis usos do território, as transformações na paisagem, e o futuro incerto das comunidades locais isoladas. O trabalho sublinha a diferença abismal entre o nosso imaginário coletivo, que relaciona a a Amazónia com a ideia de natureza idílica, e nossa ambição sistemática para conquistar e explorar este território, em um mundo com forças de produção e relações de trabalho reconfiguradas, na iminência de uma urbanização global.
Ana Sophie Salazar
Artworks