MADRAGOA
BRUXA
Yuli Yamagata
Installation view
Installation view
Installation view
Installation view
"Sopa", 2020
"Sopa", 2020
"Sopa", 2020
"Overthinking cat", 2020
"Overthinking cat", 2020
"Gato berrando", 2020
"Gato berrando", 2020
"Cheddar", 2020
"Cheddar", 2020
"Dedo Amarelo", 2020
"Dedo Amarelo", 2020
"Oráculo", 2020
"Oráculo", 2020
"Gato", 2020
"Gato", 2020
"High heels", 2020
"High heels", 2020
"Caipira I", 2020
"Caipira I", 2020
10 September – 31 October 2020
Press release

EN

 

MADRAGOA is delighted to present Bruxa, the first solo exhibition by Yuli Yamagata at the gallery and in Portugal.

 

For this presentation, Yamagata created a new group of works that give shape to a very personal universe, embodying her peculiar glowing visual imagery. The big bang of this universe, pulsating with colours and shapes proliferating in paintings, wall pieces and soft sculptures wrapped by textiles, is triggered by the bewitched imagery brought about by Halloween, or “Dia das Bruxas,” as it is called in Portuguese, referring to the day when the upside-down world comes true, with its dark, macabre and creepy shade.

 

The whole gallery seems to be transformed into a haunted house: As if under a spell, objects come to life, animated by a tension that the support struggles to contain, dynamic figures and details exceeding the space of representation and contravening the laws of physics. A cob of corn exhales a hiss of smoke while soaking in a bone soup, a hissing black cat arches its back, a zombie is losing his eyeballs, charmed snakes curl up, a green monster hand with claws beckons. They are fetishes, materialisations of a superstitious imagery and at the same time its antidote, thanks to their cartoonish and colourful style. The gaze bounces in every corner of the gallery to follow the echoing shapes and figures which seem to come to life and change position every time viewers turn their back.

The day of Halloween is also the artist’s day of birth, a coincidence that lead Yamagata to reflect and give an interpretation to this celebration as it has been lived by her over the years, increasingly charged with an imagery created by the United States and spread all over the world through the Internet, advertisement, B-movies, comics.

This shared horror and splatter vocabulary, spiced up with elements from a superstitious lexicon, provides the set of subjects for these works that are translated into Yamagata’s peculiar language that blends elements from disparate sources, from Japanese mangas to technical Lycra fabric and its patterns.

The simple shapes that constitute the artist’s basic plastic vocabulary – the cylinder, the circle, the drop – are flexible forms open to be modelled to give shape to parts of the human or animal body – penis, leg, tail, finger, eye, nails, blood – according to suggestions coming from Instagram, movies or simply conversations. In this case, they refer to the different nuances that compose the carnivalesque and commercial version of All Hallows’ Eve – violent,goofy, sexual, shameless, funny, dark, grotesque – as well as its consumer side, evoked by the presence of food, and elements that recall the digestive and scatological process.

This series of works is nurtured by a pop imagery, globally shared, and at the same time shows the intrinsic violence with which this popular culture imposes itself. A deforming lens, Halloween becomes the point of view that reveals “a kind of schizophrenia between the fear of the end of the world and meme making about the end of the world – explained Yamagata – how schizophrenic a Halloween party in advance would look like.”

 

PT

 

A MADRAGOA tem o prazer de apresentar Bruxa, a primeira exposição individual de Yuli Yamagata na galeria e em Portugal.

 

Para esta apresentação, Yamagata criou um novo grupo de obras que dá forma a um universo muito pessoal, incorporando a sua brilhante imagética visual. O big bang deste universo, pulsante com cores e formas que se espalham em pinturas, peças de parede e esculturas suaves envoltas em têxteis, é ativada pela imagética enfeitiçada trazida pelo Dia das Bruxas, ou “Halloween”, como na tradição norte-americana, referindo-se ao dia em que o submundo se concretiza, com a sua negra, macabra e assustadora sombra.

Toda a galeria parece ser transformada numa casa assombrada: como se estivessem sob um feitiço, os objetos ganham vida, animados pela tensão que o suporte se esforça por conter, e figuras dinâmicas e detalhes que excedem o espaço da representação e contrapõem as leis da física. Uma maçaroca de milho expira um sopro de fumo enquanto se embebe numa sopa de ossos, um gato preto sibilante arqueia as suas costas, um zombie perde as órbitas oculares, cobras encantadas encaracolam-se, uma mão de um monstro verde com garras acena. São fetiches, materializações de uma imagética supersticiosa e, ao mesmo tempo, do seu antídoto, graças ao seu estilo cartoon e cores fortes. O olhar salta em todos os cantos da galeria para seguir as ressonantes formas e figuras que tomam vida e mudam de posição a cada vez que os visitantes viram as costas.

O Dia das Bruxas é também o dia de aniversário da artista, uma coincidência que leva Yamagata a refletir e interpretar esta celebração como tem sido vivida por ela ao longo dos anos, crescentemente carregada de imagética gerada pelos Estados Unidos da América e espalhada pelo mundo inteiro através da internet, publicidade, B-movies e banda desenhada. Este horror partilhado e vocabulário disperso, temperado com elementos do léxico supersticioso, forma o conjunto de temas para estas obras que são traduzidas na linguagem peculiar de Yuli Yamagata que mistura elementos de fontes dispares, desde mangas japoneses a tecidos de Lycra técnicos e os seus padrões.

As formas simples que constituem o vocabulário plástico básico da artista – o cilindro, o círculo, o pingo – são formas flexíveis abertas a serem moldadas para dar forma a partes do corpo humano ou animal – pénis, perna, cauda, dedo, olho, unhas, sangue – de acordo com sugestões vindas do Instagram, filmes, ou simplesmente conversas. Neste caso, referem-se a diferentes nuances que compõem a versão carnavalesca e comercial de “All Hallows’ Eve” – violenta, brincalhona, sexual, desavergonhada, cómica, sombria, grotesca – bem como o seu lado consumista, evocado pela presença de comida e elementos que evocam o processo digestivo e escatológico.

Esta série de obras é alimentada por uma imagética pop, globalmente partilhada, e ao mesmo tempo revela a violência intrínseca com a qual esta cultura pop se auto impõe. Uma lente deformadora, o Dia das Bruxas torna-se num ponto de vista que revela “uma espécie de esquizofrenia entre o medo do fim do mundo e o fazer de memes acerca do fim do mundo” – explicou Yamagata – “quão esquizofrénica seria uma festa de Dia das Bruxas.”

Artworks

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